quarta-feira, 27 de setembro de 2017

#fantasmas

Caía o dia empurrado pela noite.
Numa programação sintonizada
Naquela fraca rede digitalizada
Arriscando um simples palpite.

Fixei vagamente o meu olhar
Naqueles seres irrequietos
Dando aso aos desejos secretos
De ver ali alguém a tropeçar.

Para mal dos meus pecados
Nem sequer por sombras me ocorria 
O que no seguinte dia fatalmente ocorreria.

Naquele esburacado queijo suíço
Onde a águia no seu completo marasma
Se fragmentou num resultado fantasma!


(Mariavaicomasoutras)

terça-feira, 26 de setembro de 2017

#paixãodavida

Marca a razão o compasso
Ao incansável coração
Que chega a trocar o passo
Nos meandros da paixão.

Se ateada a chama
Que afugenta a solidão
Abraçam-se os seres humanos
Em perfeita comunhão.

Não se alimenta a injustiça
Não há lugar prá cobiça
Na esperança que se alcança.

Nasce assim o Amor
Nos braços de um cuidador
Que nos merece a condiança.


(Mariavaicomasoutras)

domingo, 24 de setembro de 2017

#matrizdavidamatizada

"A vida tem um sentido
E o sentido é viver"!
Às vezes, de modo injusto
Leva-nos a tudo perder.

E como vida há só uma
Não é possível fugir
Ao destino em que se ruma
Até o fim se atingir!

É triste! Mas de verdade,
Mesmo no doloroso viver,
Aguentamos a saudade
De sonhos que vamos perder!


(Mariavaicomasoutras)

sábado, 23 de setembro de 2017

#ilusões

Por alguns momentos, naquelas noites de tédio
Parto à procura do que na verdade desconheço.
Envolto numa agradável aura de um mistério
Onde o silêncio da luz é tal que quase endoideço.

No universal e denso céu que assim transponho 
Sinto circular à minha volta num infernal rodopio
Milhões de incandescentes  pirilampos que suponho
Serem errantes almas todas suspensas por um fio!

Estremeçendo, acordo beliscado pela picada da incerteza
No perentório abraço de leais e oculares sentinelas
Que num pestanejo me transmitem com uma intensa beleza
A ilusão que existe no mundo de todas aquelas estrelas.


(Mariavaicomasoutras)

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

#háoutroladonavida

Chega um dia o Outono
Com mudanças na paisagem
Coradas caiem as folhas
Deixam desnuda a ramagem.

Num sofrido abandono
Prostradas ficam no chão
Esperando que o vento as leve
Onde alguém lhes dê a mão!

É triste vê-las chegar
Com mil histórias por contar
Numa tristeza incontida.

Mas quando bem as acolhem
É aí que se apercebem
Que há outro lado na vida!


(Mariavaicomasoutras)

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

#aminhaterraCarreço - 2

Trouxeram-me um certo dia
Até ti terra formosa
Que tem por nome Carreço
Onde o "r" arrepia
Na pronúncia melodiosa
De quem por ti tem apreço.

Logo que abri os olhos
E pude ver o farol
Que orientava os navios,
Senti que tudo o que vemos
Está repleto de escolhos
Que incitam a desafios!

Ah! Carreço que conheço
Como um Jardim colorido
Entre o Céu, o mar e o monte!
Que no sentir nunca esmoreças
E que mais e melhor em ti desponte
Pois há tantos anseios perdidos!


(Mariavaicomasoutras)

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

#aminhaterraCarreço

Três amigos que conheço
Esvoaçam no céu azul
Vindos do norte e do sul
Nesta terra que é Carreço.

Encaro-os de igual modo
No vôo que começou
Porque sendo como sou
No voar não me incomodo.

Ao votar sou seletivo
Não voto pelo partido
Conhecido ou independente
Sem dúvida... voto diferente!

Quero mais e melhor por Carreço,
Sentir mais porque mereço
E realizar os seus anseios...
Mas como? Se os bolsos não estão cheios?


(Mariavaicomasoutras

domingo, 17 de setembro de 2017

#adignidadeéumacausa

Levantaram-se muralhas
Em conjunto com cadeias
Esquecendo que as ideias
Quando certas são faúlhas!

Por isso quem vai à luta
Sem medo do injustificado
Nunca acaba incendiado
No auge de uma disputa.

Todos devem dizer:- presente!
Por questões de dignidade,
Independentemente da idade.

Mostrando com uma tal emoção
O que lhes vai no fundo do coração
Pois quem se sente...é filho de boa gente!


(Mariavaicomasoutras)

sábado, 16 de setembro de 2017

#linhaamarela

Há flores por entre os dedos
Daquelas mãos corajosas.
Não são lírios, não são rosas
São cravos brancos que unem
Enfermeiros revoltados!

Um dia, símbolo de liberdade
Foram vermelhos os cravos.
Mas viu-se agora na rua 
Na maré de brancos cravos
O símbolo da dignidade.

Com argumentos derrotistas
Aqueles que nos contestam
Não passam de parasitas
Que vivendo às nossas custas
São uns eternos sofistas!

A perturbar os dois lados
Há uma linha amarela
Que no final desta história
Será transposta em glória
Por orgulhosos soldados.


(Mariavaicomasoutras)

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

#ironicalândiadavida

Naqueles férteis anos de 2009
Uns separatistas negociaram em surdina
Uma unificada carreira que me ficou na retina
E que neste momento se lamenta.

Senti-me tão importante por ser o que nunca fui
E tive uma cagança especial
Por ter no peito um "principal"
Pelo tempo que o cartão possuí!

Mas eis que uma tal de portaria
Disse aos recursos humanos
Que havia na lei enganos
E que o que poderia ser não seria!

Passaram-se alguns anos
Sem que o Aldraberto das leiras
Soubesse que tais asneiras
Nos trariam aos infernos.

Vai daí que a grande casta
Que são os nobres enfermeiros
Se vestiram de guerreiros
E em força disseram "basta"!

Contestando o poder supremo
Na singeleza do meu saber
Sei que um dia o fui, mas sem o ser
Um "principal" talvez principal no terreno.

Haverá sempre seres desiguais
Nas formas de ser, fazer e estar
Apoiando e ajudando quem de nós sempre precisar
Mas principal nos cartões? Isso para mim nunca mais!


(Mariavaicomasoutras)

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

#naterradosonhos#

Num horizonte sem fim
Perdem-se num olhar imaturo
Tudo lhes parece  um jardim
Onde é permitido sonhar!

A inocência dá coragem
Para enfrentar o futuro
Impossível ver a viagem
E a altura de um muro!

Só que os anos vão passar!
E quando nas ondas da vida
A consciência matura...

O jardim pode secar...
O sonhar não faz sentido...
E num instante é perdido!

(Mariavaicomasoutras)

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

#pordosol

Na cama do meu conforto
Qual extenso areal estendido
Suspiros entram no ouvido
Lembrando que não estou morto.

Escondido pelo frágil do capim
Que da aragem me protege
É a tua vontade que rege
Mil desejos que há em mim.

Sei que em breve te escondes
E nem sequer me respondes
Aos enganos que há por ali.

E num tempo cada tarde incontado
Permaneço na dura inércia deitado
Abandonado por ti!


(Mariavaicomasoutras)

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

#relaçõesnaturais

Constantemente se move
A Terra sobre o seu eixo
Ao mesmo tempo dá voltas
Procurando ver defeitos
No brilhante companheiro
Que fixamente a admira
E nunca lhe vira as costas.

Ora se vai afastando
Ou então aproximando
A Terra daquela estrela
Fazendo pequenas vénias
Ao longo de todo o ano
Fingindo na noite e dia
Que o deixa ao abandono.

Sempre impávido e sereno
Sabe que ele lhe esconde
Sempre por breves momentos
As traições e as paixões
Sem lhes dar muita importância
Talvez seja até por isso que o Sol é a estrela
E a Terra um planeta que ele mantém à distância.


(Mariavaicomasoutras)

domingo, 3 de setembro de 2017

#poemanegro

Hoje à noite, noite fria! 
Senti que quase perdia
Os olhos que me iluminam
Mas no faíscar arrepiam.

Hoje à noite, noite escura!
Senti que nada perdura.
Tudo em mim se apagou
E em puro breu se transformou.

Hoje à noite, noite negra!
Senti falta de exceção à regra.
Fui obrigado a parar
Por coisa alguma enxergar.

Hoje à noite, noite fria, escura e negra!
Senti que até a palavra integra,
Venenos tão concentrados
No mais frio, escuro e negro dos corpos encriptados.


(Mariavaicomasoutras)

sábado, 2 de setembro de 2017

#oqueéoamor

O que é o amor?
Pergunta direta que agora fazes.
Amor! 
Sentimento com sentido
Ou um sentir consentido?
Um pecado inimputável
Ou momento incontornável?
Uma rima de um poema
Ou um poema sem tema?
Uma dor que desconsola
Ou o consolo da dor
Na demora da tormenta
Que só quem ama aguenta?
Amor!
Vamos agora supor
Que o desaparecido apareça
Que o corpo reencarne
Que a noite não aconteça
Ou que as estrelas incandescentes
Caiam nas lacunas mais sombrias.
Amor!
Deixa que eu chore
Mas não esperes que implore
O incomum sofrimento
No que nos é mais comum
O queixume, a revolta e o lamento.
Amor! 
O que é o amor?
Um sonho? Uma utopia?
Não!  O Amor é a revolta
É um grito de protesto
Contra a desfaçatez
Onde se ignora o dificil
Na história que é a mais fácil.
É...Amor é
O respeito e a compreensão
Mesmo da mais profunda ferida
É...amor é:
-A VIDA E SÓ ESTA E NESTA VIDA!


(Mariavaicomasoutras)

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

#vidasemconjunto

A nossa vida é uma dança
Ou quem sabe um redemoinho
Começa tão de mansinho
Acaba num mar de lembranças.

Em círculos ou em voltinhas
Nunca a dança é em vão
Quando unidos pelo coração
Contornam as turbulências mesquinhas.

Os seres que por dentro estão ligados
Numa compreensão e partilha
Quando algum escorrega e cai.

São como átomos puros 
Que mesmo na sua diferença
Formam compostos seguros.


(Mariavaicomasoutras)