segunda-feira, 29 de maio de 2017

"Serpente emplumada, no princípio de mim, gêmea de mão dada, do mundo e seu fim"(João F Pimentel)

De repente e num audaz rompante
Eis que surge ali à minha frente
Aquela  indecorosa e vil serpente
Com altivez deveras intrigante!

Sem nunca perder minha calma
Espero que a bicha logo hiberne
Naquela apelativa casa de alterne
Onde se corrompe corpo e alma.

Num misto de mísera compaixão
Retira o emplumado casaco de pele
Pois sabe que tal coisa me repele
Mais que nudez do antro da solidão

Acordo ali espraiado e desfalecido
Sem uma qualquer sensação
Na maior e profunda desilusão
Como se fosse um morto vivo!

E nesta metáfora real e nojenta
Fica-me da serpente a memória
Para sempre, nesta vulgar história
Vazia e sarcásticamente pestilenta!


(Mariavaicomasoutras)

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...Simplesmente Maria.