segunda-feira, 14 de março de 2011

Confissão

Confesso que às vezes não me conheço.


Confesso que não tenho falta de apetites.

Confesso que por vezes me aborreço.

Confesso que a vida é controlada por limites.



Confesso que já traí.

Confesso que me perdi.

Confesso que já senti

Confesso que gosto de ti.



Confesso que sou injusto.

Confesso que te aprecio.

Confesso que tive um susto.

Confesso que estou com cio.



Confesso que não mereço

Confesso que te admiro.

Confesso que tenho um preço.

Confesso que não sou giro.



Confesso que te perdi.

Confesso que sou teu servo.

Confesso que …

Confesso que…

Irra tanto confesso…

Já nem sei porque me enervo.



Escrevo esta confissão que me retrata num momento de imensa tristeza e de comiseração para com a vida, a minha e a dos outros. Não é que o confesso me livre do purgatório, porque a barca do inferno que me transporta nesta santa hora não ruma para o céu. Para que me serve o céu, onde se pavoneiam as estrelas? De que me serve ser virgem pura e imaculada?

Rodeados de mentirosos já não sei para onde vou…nem eu nem uns tantos como eu que bem querem remar contra a maré. Professores, assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, gente útil mas tratada como produto de consumo imediato até ao tutano. Querem saber a verdade, sinto-me como um preservativo, útil para a função que se presta mas que no final do acto se atira para o lixo…

2 comentários:

  1. Mas afinal isto é uma confissão a quem? Ora confessas que gostas, ora confessas que não... :S
    Estás é baralhado... a vida é uma ilusão constante... ;)

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  2. Confissão ao povo Green...claro que não se confessa tudo!

    Baralhado? Eu? Nunca estive tão certinho como estou neste momento embora não pareça!
    Linda... a ilusão é a constância das nossas vidas!

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...Simplesmente Maria.